Durante essa semana estou participando do I Seminário de Arte e Cultura na UFRN, faculdade onde estudo Administração. Apesar de serem áreas teoricamente diferentes, são conhecimentos que se completam quando o assunto se torna gerir um projeto cultural seja qual for seu ramo da arte. Mas não estou aqui para falar sobre isso especificamente, mas para comentar o título desse post, Auto-Estima Cultural. Um termo muito interessante que ouvi hoje em uma mesa redonda sobre Jornalismo Cultural.
Sempre que se fala sobre Auto-Estima costumamos pensar na avaliação que quanto ser humanos fazemos a respeito de nós mesmo, uma Auto-Análise de aspectos positivos e negativos. Mas quando isso pode ser relacionado a Cultura? Nesse âmbito a análise não é mais pessoal e íntima, porém é a uma análise da sociedade quanto produtora e consumidora de sua própria cultura.
Isso me deixa intrigada pelo fato de em minha análise, quanto integrante dessa sociedade que produz e consome cultura, não perceber a valorização da cultural local em seu local de origem, quero dizer, a auto-estima da cultura portalegrense em Portalegre. Em que nível nos encontraríamos hoje? Porque é fácil produzir cultura ( todos os meios de artes produzidos na terra) o difícil é valorizar o que é produzido em nossa terra. Essa opinião não vale apenas para a serra mas para todo o Rio Grande do Norte, Nordeste e Brasil. É fácil consumir a cultura do sul/sudeste, é fácil consumir a cultura norte-americana, é fácil consumir a cultura européia, da realeza britânica, seja lá de onde for. Eu me incluo nesse pacote, não acho errado apreciar outras culturas, mas acho um equivoco enorme valorizar a cultura importada em detrimento da cultura local.
Se como cidadãos da nossa querida serra nos questionarmos a respeito disso vamos perceber que aos poucos estamos perdendo nossa identidade cultural, tudo que criamos é mais valorizado em outras cidades do que no seu local de origem. Não aplaudimos nossos artistas nem exigimos um espaço para valorização da nossa produção cultural. Na verdade ninguém quer se meter nos jogos políticos que envolvem a restauração da Antiga Cadeia Pública, nem eu quero, mas como filha da serra fico inquieta ao ver que aquele prédio onde teoricamente seria um espaço para divulgação e valorização de nossa história e cultura, está sendo esmagado pelo tempo, destruído pelo desprezo político e esquecido pelo povo que todos os dias passa em sua calçada.
Talvez tudo isso só comece a ser pensado quando chegarem as eleições 2012, afinal tem sempre alguém querendo enganar o povo e tem sempre um povo a ser enganado. Espero que os cidadãos de Portalegre não se deixem enganar mas lutem para que sua cultura não morra, que sejam heróis da resistência cultural local e que valorizem seus artistas.
(Ficam aqui meus aplausos aos artistas da cidade, especialmente aos músicos da Banda Filarmônica da qual fiz parte e que foi um dos melhores momentos da minha vida.)
Stephanie Lima.
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1 comentários:
Parabéns pelo texto querida!
Lembre-se que ainda temos que concluir nosso trabalho sobre aquele prédio.
Bjaum!
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